Japão
2019-03-06
O tema “história do Japão” é pouco se não raramente estudado em nossas escolas e universidades brasileiras. Tal conteúdo serviu de base para o desafio de criar um livro de história para um público pouco familiarizado com o assunto, que trouxesse não só forte conteúdo, mas que este fosse envolvente.
Em 2009, estava em meu último ano da faculdade de Desenho Industrial, Programação Visual da Pontificia Universidade Catolica do Parana. O plano previa que teríamos 6 meses para concluir um TCC, que no caso deste curso é um trabalho prático, seguido de uma justificativa teórica, e não uma monografia. Não queria fazer simplesmente um produto, como os outros alunos que geralmente criavam marcas. Decidi escrever um livro, inicialmente, falando sobre e-learning. Com o tempo a ideia evoluiu para o próprio e-learning. Tive então uma ideia: escrever um livro de história japonesa que viria acompanhado de um jogo didático. Fiz um breve planejamento e percebi que precisaria de mais tempo, solicitei então a meus orientadores da cadeira, que me dessem mais 6 meses para o projeto(..literalmente, que me reprovassem naquela matéria).
Azuchi – Momoyama é o título deste trabalho e sua proposta foi um livro de história do Japão à respeito do período Azuchi – Momoyama (1573 – 1603), que traz um CD multimídia onde o leitor pode explorar uma cidade japonesa do século XVI e conhecer a cultura daquele tempo.
A metodologia
Foi fundamental entender o objetivo final e as várias camadas de pesquisa e desenvolvimento que seriam necessárias a conclusão do projecto.
Apesar de ter escrito alguns capítulos do livro, deleguei a direção do conteúdo escrito ao amigo da UFPR, Yuri Sócrates Saleh Hichmeh, sem o qual jamais teria tido tempo para desempenhar as outras tarefas.
Dividi então minhas tarefas em fases distintas:
1ª fase – Pesquisa
Reuni tudo que pude de minhas leituras, e procurei muitos livros que pudessem me dar referências visuais. Este foi um detalhe complicado, pois em 2010 a internet ainda não possuía tanto conteúdo.
Foram também referenciadas as interfaces de jogos de rpg japoneses, animações de abertura e grafismo.
Passei um tempo escrevendo conteúdo do livro e notas de referência para a criação gráfica além de esboços.
2ª fase – Desenvolvimento
Livro
-Produção de ilustrações
-Conclusão do texto (Yuri Socrates)
-Diagramação
Jogo
-Desenvolvimento da engine(sistema)
-Ilustracoes de personagens
-Criação dos modelos em 3d
-Rendering 2d do cenario
-Dublagem dos personagens
-Produção do vídeo de abertura
-Desenvolvimento final
3ª fase – Fechamento
-Fechamento do arquivo final
-Impressão e montagem das peças
-Produção do estande para a defesa do TCC.
4ª fase – Defesa (A Batalha Final)
-Logistica
-Montagem do estande
-Ordens de apresentação para a defesa
-Defesa do TCC
O Projecto
O livro
Com a ajuda do historiador Yuri Sócrates Saleh Hichmeh, foi possível elaborar um livro de história do período Azuchi – Momoyama (segunda metade do século XVI), época não só em que os portugueses descobriram o Brasil, mas foram os primeiros europeus a chegarem ao Japão. Um tema que sem dúvida aproxima o leitor brasileiro aos caminhos da história.
Com um conteúdo histórico de alta qualidade, tornou-se necessária uma boa linha editorial que pudesse traduzir a parte literária, o projeto gráfico – feito em 2009 foi amadurecido. A arte do período Azuchi-Momoyama em pouco se assemelha ao imaginário popular que se tem no ocidente acerca do Japão. Este último, está repleto de elementos advindos das xilogravuras datadas do século XVII até o século XIX, além de gueisha, papel de arroz, tinta preta e pincel. O grafismo do período trás consigo a arte dos biobus, as pequenas e grandes estórias contadas através do contraste entre a tinta, o laka e o ouro.
Ilustrações – Passei umas 2 semanas produzindo as ilustrações a mão, com base na pesquisa.
Procurei trazer várias ilustrações que tornassem a leitura o mais interessante possível, aproximando o leitor.
Diagramação – Com um projeto gráfico definido, não foi difícil diagramar.
Impressão – exigiu uma pesquisa prévia das técnicas de montagem necessárias.
O jogo
A Defesa
Meu projeto teve um dos estandes mais pobres, meus colegas investiram centenas de reais na apresentação de seus trabalhos, produzindo verdadeiros estandes. Eu escolhi montar um 本陣(honjin), um campo onde o estado maior de um exército samurai se reunia para discutir as táticas de batalha. Montei uma bancada com 2 escudos de madeira, imprime um antigo mapa e fiz pequenas peças de planejamento militar. Coloquei um estandarte do clã Oda, e uma armadura segurando um mosquete matchlock.Na bancada, meu computador com a apresentação e o livro.Apesar do ambiente, meu trabalho estava muito bem estruturado e fundamentado.A banca não teve muito o que dizer, tirei 10.Um mês depois, expus o trabalho no MUNI (museu universitário) da PUCPR, tendo feito um biombo com uma apresentação melhor.