Japão
2019-01-16
Como profissional de TI, encaro o constante desafio de sempre estar atualizado, e pessoalmente, de sempre querer saber um pouco mais. Mas o que isto tem a ver com MMA?
Em uma noite de domingo tive a oportunidade de conversar por telefone com Emi Fujino, lutadora profissional de MMA, um esporte que se torna cada vez mais popular entre o público feminino no Japão, dentre outras modalidades como shootboxing e kickboxing.
Nascida em Toyohashi, Aichi, em 1980, começou a praticar mma nos seus tempos de estudante universitária, com 20 anos de idade. Diferente de outros lutadores, ela não foi inspirada por algum ídolo. Decidiu começar como parte de uma dieta para se manter em forma. Na época o k1 estava popularizando o esporte, o que a levou a uma academia. Participou do evento para amadores (Girl Fight Challenge) , organizado pela campea Megumi Fuji, com regras bem simples. Acabou achando o esporte divertido, e pegou gosto pelo ritmo do treinamento.
「格闘技より楽しいことはない」
“Não existe nada mais divertido do que lutar.”
Sempre com vontade de continuar a treinar e ficar mais forte, decidiu tornar-se uma lutadora profissional.
Sua primeira participação como pro, foi no evento SMACKGIRL em 2004, derrotando Seri Saito.
Da esquerda para a direita: Fujino vs Yukiko Seki, vs Madoka Okada, Smack Girl 2007.
Quando perguntei qual era o seu estilo de luta, Emi riu-se e me contou que seus colegas de treino apelidaram seu estilo de “sumo”, por envolver força. “Não sou muito técnica para expressar meu estilo, mas posso afirmar que luto MMA!” – comentou.
Emi Fujino começou sua carreira com 8 impressionantes vitórias consecutivas, sendo derrotada pela primeira vez por Megumi Yabushita, somente em 2008, seguindo-se mais 3 derrotas consecutivas. Decidiu então que era hora de mudar a sua maneira de treinar.
Emi seguiu sua carreira de MMA participando de eventos como Road FC, Pancrase, Deep, somando 22 vitorias e 11 derrotas ate o presente (05/2019).
Também participou de alguns eventos de Shootboxing como o J-Girls quando derrotou a japonesa Ruri em apenas 44 segundos em 2012. Em 2017, tirou segundo lugar no torneio de luta livre, All Japan Masters Championship.
Perguntei se havia encontrado alguma dificuldade no esporte, pelo fato de ser mulher.
Emi respondeu que no passado havia bastante dificuldade, o cenário do MMA era bastante limitado, não era fácil conseguir patrocinadores, e haviam poucas lutadoras e poucos eventos femininos, pouco valorizados. Hoje em dia o esporte se popularizou muito no Japão e pelo mundo, e as mulheres acabaram conquistando seu espaço.
Fujino vs Aline Sattelmayer.
Perguntei qual havia sido seu o maior desafio em sua carreira, e sua resposta me surpreendeu:
“Não existiu um ponto que foi um desafio. Todo dia tenho que me tornar mais forte do que fui ontem, não posso perder para mim mesma, todos os dias eu tenho que continuar. O desafio e nunca desistir é sempre se tornar mais forte.”
「一回のチャレンジには意味がありません。 私は昨日よりも強くなるために、毎日続けなければならない。チャレンジと言うならば、決してあきらめないこと、常に強くなるということです。」
Aprendi com Emi algo valioso que tem me ajudado na minha carreira em TI como programador, passei a prestar mais atenção em minha rotina e progresso diário ao invés de focar apenas nos grandes desafios.
“Treino com regularidade por pelo menos uma hora de manhã, e 2 horas de noite”
-Você tem uma mensagem para as brasileiras?
「一緒にMMAをしましょう！」
“Vamos praticar MMA juntas!”
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